terça-feira, 19 de maio de 2015

O olhar azul

O olhar azul
Nossos olhares que atropelam qualquer tentativa de recuo
E a boca em gesto obtuso, mas que implora o desassossego.
Faz transcorrer da rubra face o impetuoso desejo, 
Ao encontro cândido do cântico que é teu beijo.
É alvorada o encontro dos teus olhos,
O mais profundo azul, minha harmonia.
O mais real e puro, no ósculo lascivo,
Como manter o olhar escuro
Se espera a luz dos olhos teus, por companhia?
Na carícia suave que queima fria,
Nos dedos cegos que desvendam teu prazer,
No riso frouxo e rouco de fim do dia,
No olhar singelo eu espero o amanhecer.
E ao beijar-te, nasci na fantasia,
Ao despir-te, morri na ilusão,
Ao olhar-te eu quis que fosses minha
Ao olhar-te, reneguei minha razão.
É a paixão destes teus olhos que me cria,
Pelas margens esguias das exigências de outros olhares,
E faz-me ver, além de meus penares.
O olhar azul de encantos e, em teus cantos a alegria.
Rejane Alves

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