terça-feira, 3 de março de 2015

Poema tirano


Poema tirano

Do alto os fogos, a festa o delírio
Em baixo é fogo, é choro e martírio.

Agrupam-se os corações
Em medo e em piedade.

Entre o vai e vem 
Das exigências
Das influências
Do abuso imoral 
Deprime e se comprime:
- A sociedade.

São fogos, é felicidade...

No sorriso pueril da mocidade
Percorre a trajetória de glória.
Acompanha [sempre] do alto
E do alto... Tudo é cidade.

De baixo, ouve-se o pranto
Os gritos sentidos na alma
Os gritos que doem tanto.

Doem dobrado... 
No sorriso do menino.

Entre lágrimas, lavam o sangue 
No rosto, lavam as dores
No posto, vive seu fado.

E numa espera ilusória
No gemido, afogam-se as dores.

E p'ro alto - parte o menino
Finca as unhas no chão.

De baixo ve-se o canhão
De cima, é doce ilusão
De longe, o paraíso.

Vejo apenas o sorriso
O sorriso se partindo
A dor mais forte surgindo
E junto aos fogos explodem:
O pranto, a dor e a emoção.


Rejane Alves

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