Na amplidão de cada passo se revela
Todos os medos e venturas de um menino
Que ele viveu,sofreu,perdeu seu tino
E representa em traços firmes de aquarela.
Dos olhos grandes, e perna fina a donzela.
Que vai surgindo em uma porta do destino,
E se embaralha dos cabelos ao salto fino,
Ali deitada, bem no muro da favela.
E passam horas, luas chegam, ela esfarela,
Mistura as cores no asfalto coralino,
Dissolve a rua no solário vespertino.
Ninguém mais olha, jaz seu fim, não se protela.
E das lembranças o menino se pincela,
Guardando o risco que perdura genuíno,
Que te criou humano cristalino,
Na tinta crua nos tijolos da Portela.
Rejane Alves
Teus poemas são belos, Rejane! Aplausos...
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