domingo, 27 de setembro de 2015

Menino Portela










Na amplidão de cada passo se revela

Todos os medos e venturas de um menino 

Que ele viveu,sofreu,perdeu seu tino 

E representa em traços firmes de aquarela. 



Dos olhos grandes, e perna fina a donzela. 

Que vai surgindo em uma porta do destino, 

E se embaralha dos cabelos ao salto fino, 

Ali deitada, bem no muro da favela. 



E passam horas, luas chegam, ela esfarela, 

Mistura as cores no asfalto coralino, 

Dissolve a rua no solário vespertino. 

Ninguém mais olha, jaz seu fim, não se protela. 



E das lembranças o menino se pincela, 

Guardando o risco que perdura genuíno, 

Que te criou humano cristalino, 

Na tinta crua nos tijolos da Portela. 



Rejane Alves




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