domingo, 21 de junho de 2015

Flores amarelas
Ah! Se acaso eu repousasse sobre a pluma flamejante,
De um corvo árduo, sedento de vida.
Se me coubesse seu fardo, sua leveza intrépida. 
Se me coubesse seus trapos e restos de brisa.
Ah! Se acaso eu disparasse sobre a alcova refletida
Sob a luz dos olhos negros, de ânsias perdidas.
Sob o ângulo da visão do mundo, da arte,
Sob as gotas de orvalho que sangram da ferida.
E quem sabe essas asas me trouxessem conforto,
Fizessem-me mais corvo em cada partida.
Fizessem-me mais corvo a cada despedida.
Fizessem-me mais corvo em cada lagrima contida.
E dissipassem os medos pelo vento,
Pelas flores amarelas jogadas em meu corpo,
Pelas dores e lamentos que choram e partem.
Pelas asas flamejantes do meu eu, eu corvo.
Rejane Alves

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